Muitos pacientes com
câncer tem duvidas sobre fazer atividades físicas no período do tratamento. Meu
amigo Rafael Augusto, personal trainer, me mandou um estudo que esclarece melhor o assunto, tirando todas as dúvidas e nos deixando mais informados.
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Exercícios durante o
tratamento de leucemia podem amenizar os desconfortos Segundo especialistas,
não há efeitos colaterais
A prática de
exercício físico pode ser uma forte aliada no tratamento da leucemia. Conhecida
também como câncer de sangue, a doença debilita os pacientes e, muitas vezes,
diminui a qualidade de vida. Para amenizar esse desconforto, a pediatra Beatriz
Perondi e o educador físico Bruno Gualano, ambos do Hospital das Clínicas da
Universidade de São Paulo (USP), pesquisaram os efeitos da atividade física em
pacientes de 6 a 18 anos e constataram a melhora da coordenação motora, da
capacidade respiratória e o aumento da força muscular. A atividade interferiu
também nos efeitos psicológicos. Após a prática, os pesquisados apresentaram
menor cansaço, além de menos depressão e irritabilidade.
O estudo analisou, a
partir de testes na esteira e do programa de musculação intensa, a capacidade
aeróbia e de força dos pacientes com leucemia, em fase de manutenção da doença
há mais de seis meses. Esse período é considerado o mais crítico. Os
participantes, que praticaram atividade física duas vezes por semana, durante
três meses, apresentaram aumento substancial de força: cerca de 50%.“Obervamos
melhora na qualidade de vida deles, sem qualquer evidência de efeitos
adversos”, declara a pediatra. A médica ressalta ainda que a prática de
exercício é recomendada ao longo dos dois anos de tratamento, período estimado
de cura da doença.
Beatriz afirma que,
durante o tratamento, é muito comum os médicos proibirem o exercício físico,
simplesmente por acreditarem que o repouso é melhor, sem qualquer evidência
científica que suporte a tese. Segundo a médica, essa atitude é um erro. “Se o
exercício físico é bom para a saúde em inúmeras situações, para esse tipo de
paciente pode ser também”, acredita. Já os familiares, com medo de agravar a
doença, não permitem que os pacientes façam atividade para não se cansarem.
É o caso de Bruno
Bezerra, 14 anos. Ele teve leucemia aos 2, e a família o impossibilitava de
brincar com outras crianças e de ter contato com pessoas que não fossem os
parentes e a equipe médica. A avó dele Maria Bezerra recorda que o menino
ficava apenas em casa e que reclamava muito, por não poder sair. “A gente
falava que era para o bem dele, mas ele, às vezes, não entendia”, diz.
Maria conta que, no
intervalo do tratamento, quando Bruno apresentou melhoras, ela permitiu que o
menino tivesse contato com pessoas diferentes. No entanto, o garoto contraiu
catapora. “Ele estava tão debilitado que a doença foi forte, o deixando com
sequelas”, afirma. Atualmente, há seis anos sem a doença, Bruno ficou
deficiência no ombro, nas mãos e nos pés. “Mas ele leva uma vida normal.
Brinca, joga bola com os colegas”, diz Maria. Entretanto, a avó afirma que se a
leucemia voltasse, não permitiria novamente o contato externo, para evitar o
aparecimento de outros males.
Baixa imunidade
Especialistas ouvidos
pelo Correio explicam que os pacientes ficam mais suscetíveis a doenças devido
à queda na imunidade, o que não está relacionado à prática de exercícios
físicos. De acordo com o onco-hematologista e presidente da Sociedade
Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope), Claudio Galvão, a maioria das
crianças desenvolvem leucemias agudas e, durante a maior parte do tratamento, a
imunidade está comprometida em maior ou menor grau. “Em determinados momentos,
é necessário transfusão de sangue ou de plaquetas”, explica. Por isso é que
podem contrair doenças com mais facilidade do que as pessoas saudáveis.
A oncologista pediátrica
Isis Magalhães, do Centro de Oncologia e Hematologia (Cettro), orienta que o
paciente tenha uma alimentação saudável, procure frequentar ambientes abertos e
evite contatos com indivíduos doentes, principalmente enfermidades infeciosas,
como a catapora e as gripes. “A ocorrência de catapora ou varicela em crianças
imunossuprimidas pode se manifestar de forma gravíssima, com comprometimento
pulmonar e de outros órgãos internos”, atesta.
O educador físico
Bruno Gualano, que participou do estudo da USP, conta que o exercício pode ser
iniciado assim que for feito o diagnóstico da doença, justamente para que a
criança possa suportar melhor a quimioterapia. “A ressalva é que a atividade
deve ser feita por prescrição do médico e do educador físico que tenham
conhecimento e experiência, para saber a dosagem ideal do exercício”, ensina.
Bruno diz que os programas que englobam força, flexibilidade e exercícios
aeróbios são recomendados para todas as idades. “As contraindicações são as
mesmas para todas as pessoas, como febre, citopenia (baixa em alguma série
hematológica), doença cardíaca não controlada e nefrite grave”, alerta.
Recomendável
O incentivo à
atividade física regular em ambiente adequado, sob orientação e respeitando os
limites e a disposição da criança é altamente recomendável e certamente poderá
contribuir para melhorar a qualidade de vida, dizem os especialistas. “Fazer
com que os pacientes saiam do leito e caminhem será sempre benéfico. Porém, na
fase da quimioterapia de manutenção, os pacientes estarão mais apropriados a um
programa regular, como o proposto pela pesquisa”, acredita a pediatra Isis
Magalhães.
Rafael Augusto
Coach Personal
tel.: 13-96073929
www.rapersonal.com.br
instagram:
@ra_personal
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