segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Câncer e Atividade Física

Muitos pacientes com câncer tem duvidas sobre fazer atividades físicas no período do tratamento. Meu amigo Rafael Augusto, personal trainer, me mandou um estudo que esclarece melhor o assunto, tirando todas as dúvidas e nos deixando mais informados.


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Exercícios durante o tratamento de leucemia podem amenizar os desconfortos Segundo especialistas, não há efeitos colaterais

A prática de exercício físico pode ser uma forte aliada no tratamento da leucemia. Conhecida também como câncer de sangue, a doença debilita os pacientes e, muitas vezes, diminui a qualidade de vida. Para amenizar esse desconforto, a pediatra Beatriz Perondi e o educador físico Bruno Gualano, ambos do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), pesquisaram os efeitos da atividade física em pacientes de 6 a 18 anos e constataram a melhora da coordenação motora, da capacidade respiratória e o aumento da força muscular. A atividade interferiu também nos efeitos psicológicos. Após a prática, os pesquisados apresentaram menor cansaço, além de menos depressão e irritabilidade.

O estudo analisou, a partir de testes na esteira e do programa de musculação intensa, a capacidade aeróbia e de força dos pacientes com leucemia, em fase de manutenção da doença há mais de seis meses. Esse período é considerado o mais crítico. Os participantes, que praticaram atividade física duas vezes por semana, durante três meses, apresentaram aumento substancial de força: cerca de 50%.“Obervamos melhora na qualidade de vida deles, sem qualquer evidência de efeitos adversos”, declara a pediatra. A médica ressalta ainda que a prática de exercício é recomendada ao longo dos dois anos de tratamento, período estimado de cura da doença.

Beatriz afirma que, durante o tratamento, é muito comum os médicos proibirem o exercício físico, simplesmente por acreditarem que o repouso é melhor, sem qualquer evidência científica que suporte a tese. Segundo a médica, essa atitude é um erro. “Se o exercício físico é bom para a saúde em inúmeras situações, para esse tipo de paciente pode ser também”, acredita. Já os familiares, com medo de agravar a doença, não permitem que os pacientes façam atividade para não se cansarem.

É o caso de Bruno Bezerra, 14 anos. Ele teve leucemia aos 2, e a família o impossibilitava de brincar com outras crianças e de ter contato com pessoas que não fossem os parentes e a equipe médica. A avó dele Maria Bezerra recorda que o menino ficava apenas em casa e que reclamava muito, por não poder sair. “A gente falava que era para o bem dele, mas ele, às vezes, não entendia”, diz.

Maria conta que, no intervalo do tratamento, quando Bruno apresentou melhoras, ela permitiu que o menino tivesse contato com pessoas diferentes. No entanto, o garoto contraiu catapora. “Ele estava tão debilitado que a doença foi forte, o deixando com sequelas”, afirma. Atualmente, há seis anos sem a doença, Bruno ficou deficiência no ombro, nas mãos e nos pés. “Mas ele leva uma vida normal. Brinca, joga bola com os colegas”, diz Maria. Entretanto, a avó afirma que se a leucemia voltasse, não permitiria novamente o contato externo, para evitar o aparecimento de outros males.

Baixa imunidade
Especialistas ouvidos pelo Correio explicam que os pacientes ficam mais suscetíveis a doenças devido à queda na imunidade, o que não está relacionado à prática de exercícios físicos. De acordo com o onco-hematologista e presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope), Claudio Galvão, a maioria das crianças desenvolvem leucemias agudas e, durante a maior parte do tratamento, a imunidade está comprometida em maior ou menor grau. “Em determinados momentos, é necessário transfusão de sangue ou de plaquetas”, explica. Por isso é que podem contrair doenças com mais facilidade do que as pessoas saudáveis.

A oncologista pediátrica Isis Magalhães, do Centro de Oncologia e Hematologia (Cettro), orienta que o paciente tenha uma alimentação saudável, procure frequentar ambientes abertos e evite contatos com indivíduos doentes, principalmente enfermidades infeciosas, como a catapora e as gripes. “A ocorrência de catapora ou varicela em crianças imunossuprimidas pode se manifestar de forma gravíssima, com comprometimento pulmonar e de outros órgãos internos”, atesta.

O educador físico Bruno Gualano, que participou do estudo da USP, conta que o exercício pode ser iniciado assim que for feito o diagnóstico da doença, justamente para que a criança possa suportar melhor a quimioterapia. “A ressalva é que a atividade deve ser feita por prescrição do médico e do educador físico que tenham conhecimento e experiência, para saber a dosagem ideal do exercício”, ensina. Bruno diz que os programas que englobam força, flexibilidade e exercícios aeróbios são recomendados para todas as idades. “As contraindicações são as mesmas para todas as pessoas, como febre, citopenia (baixa em alguma série hematológica), doença cardíaca não controlada e nefrite grave”, alerta.

Recomendável
O incentivo à atividade física regular em ambiente adequado, sob orientação e respeitando os limites e a disposição da criança é altamente recomendável e certamente poderá contribuir para melhorar a qualidade de vida, dizem os especialistas. “Fazer com que os pacientes saiam do leito e caminhem será sempre benéfico. Porém, na fase da quimioterapia de manutenção, os pacientes estarão mais apropriados a um programa regular, como o proposto pela pesquisa”, acredita a pediatra Isis Magalhães.

Rafael Augusto
Coach Personal
tel.: 13-96073929
www.rapersonal.com.br
instagram: @ra_personal


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